6 de setembro de 2011

A inquilina



Desde que chegou ao office, a inquilina, tem-se portado como um leão na selva. O leão é, de facto, o rei da selva. A inquilina, não. A inquilina chegou aqui há menos de uma semana. A inquilina, quando muito, é um macaco daqueles com o rabo assado e vermelho.



Logo no primeiro dia, uma das colegas perguntou-lhe se ela precisava de uma caneta [A inquilina estava a receber formação, e poderia precisar de papel e caneta para fazer os seus próprios apontamentos]. A inquilina, com o seu ar de leão na selva, respondeu que não precisava. Disse e passo a citar: “Não, obrigada. Uma jornalista anda sempre preparada. Anda sempre com uma caneta”


De notar, que ela não está a fazer trabalho de jornalista aqui nem nada que se pareça. Está sim, a fazer trabalho administrativo. Daqui, podemos concluir que a inquilina [logo no primeiro dia] quis dar o ar de sua graça e presentear-nos com um “ olhem para mim… tenho um curso de jornalista, por isso não sou qualquer uma, sim?”

Já estou a imaginar alguém que tirou o curso de direito [e por este ou aquele motivo está a trabalhar noutra área] e alguém lhe pergunta:

"Precisas de um bloco de notas?"
- Ah, não. Um advogado anda sempre com um código civil em branco.

Ou então, alguém que tirou medicina:

"Precisas de um x-ato?"
- Ah, não. Um médico anda sempre com um bisturi.

A inquilina é cheia de sorrisos pela frente, mas mal viramos as costas ela olha-nos de alto a baixo. A inquilina diz que o trabalho que lhe deram para fazer é “super fácil”. Ai é? Ainda bem, digo eu.

No segundo dia de formação, a inquilina pede à colega para parar um bocadinho. O telemóvel dela tocou, e parece que era uma emergência familiar. Uauuuu. Está a receber formação, e tem o descaramento de estar a mexer no telemóvel. Ah e tal, podia estar alguém a morrer - pensam vocês.
Não! Era o namorado a dizer-lhe que tinham a casa com formigas. Emergências destas é que vocês não estavam à espera! Nem eu, diga-se de passagem.

A inquilina ontem levantou-se da cadeira e veio meter-se numa conversa entre mim e uma colega. Tudo isto passou-se em 4 dias. Até me arrepio só de pensar o que para aí vem.

7 comentários:

Karina sem acento disse...

Hahahah, muito bom! Essa senhora faz-me lembrar uma outra onde eu estive a fazer uns trabalhos como freelancer. Alguém dizia que ía para Vilamoura, ela dizia logo que tinha casa em Vilamoura. Alguém dizia que ía fazer chá e perguntava se alguém era servido, ela respondia logo "obrigada, tenho aqui o meu chá branco que trouxe da china". Óh gente!

Kat disse...

ai... não estás a ser um bocadinho mazinha? :/

Zoana disse...

Volto a dizer: Inspira/expira e conta até 10.

Ignora... esse estilo de gente só quer é atenção ;)

lisbon new-yorker disse...

lool formigas em casa é caso para chamar o 112. Ou melhor, é caso para que a inquilina se mude de casa e daí também.

Ana disse...

Kat, olá :)

Quem me conhece sabe que não sou má. Aliás, se há coisa que sou é atenciosa e simpática para todos. Quando falo, tenho razões.

Ela está constantemente a deitar abaixo o trabalho de quem cá está há anos. Eu quando cá cheguei não me armei aos cucos só por ter um curso. Que é o que ela está sempre a fazer.

Pessoas que se armam em superiores, comigo não dá. E ser mal educada ao ponto de se meter numa conversa que não lhe diz respeito?

Mau, muito mau.

Sou santa, mas não abusem. É só isso :P

Beijinho :) a todas :)

Anónimo disse...

Bom dia Ana :)
Não conheço a rapariga, logo não posso dizer de minha justiça, mas se realmente ela é assim como disses, falsa e com a mania da superioridade,a melhor resposta é a indiferença. Pessoas assim, regra geral, são pessoas inseguras, mal amadas, frustadas. Deixa-a estar no canto dela, fica no teu, mas que dá nervUs dá!
Beijinhos.

Vânia Duarte disse...

ui é dessas que tem a mania que é doutora. De certeza que tem a abreviatura Drª Inquilina no cartão multibanco (snobbbbb). Mas vai-se a ver e não tem doutoramento nenhum, logo é só mais uma peneirenta. bahhhhhhh, não lhe ligues. beijinhos